Resumo - Inocência

CARACTERIZAÇÃO DOS PERSONAGENS:


Martinho dos Santos Pereira (Pereira) – Homem de mais ou menos 45 anos, gordo, bem disposto, cabelos brancos, rosto expressivo e franco. Pessoa honesta, hospitaleiro, severo e não trocava a sua palavra nem pela vida.

Inocência – Cabelos longos e pretos, nariz fino, olhos matadores, beleza deslumbrante e incomparável, faces mimosas, cílios sedosos, boca pequena e queixo admiravelmente torneado. Enfim, uma jovem de beleza
deslumbrante e incomparável.Simples, humilde, meiga, carinhosa, indefesa e eternamente apaixonada.

Tico – O anão guardião de Inocência. Mudo, raquítico, esperto e fez por um momento, o papel de fofoqueiro.

Maria Conga – Escrava de Pereira que cuidava dos afazeres domésticos. Escura, idosa e malvestida. Usava na cabeça um pano branco de algodão.

Major Martinho de Melo Taques – Homem que merecia influência na vila de Santana do Parnaíba: Juiz de paz e servia de juiz municipal. Participou da Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul. Era comerciante e gostava de contar casos, ou seja, "prosear".

Manecão – alto, forte, pançudo e usava bigode. Enfim, vaqueiro bruto do sertão. Pessoa fria que matava, se fosse preciso, em defesa de sua honra.

Antônio Cesário – Padrinho de Inocência. Homem respeitado, de palavra, honesto e justo. Fazendeiro do sertão.

Guilherme Tembel Meyer – alto, rosto redondo, juvenil, olhos claros, nariz pequeno e arrebitado, barbas compridas, escorrido bigode e cabelos muito louros. Pessoa de boa ídolo, esperto em sua função e simples ao pronunciar as sua palavras. Admirador da natureza e da beleza de Inocência.

José Pinho (Juque) – Ajudante de Meyer. Era muito intrometido em conversas alheias. Pessoa boa e de confiança de seu patrão.

Cirino Ferreira Campos – Tinha mais ou menos 25 anos, presença agradável, olhos negros e bem rasgados, barbas e cabelos cortados quase à escovinha. Era tão inteligente quanto decidido. "Doutor" Cirino era caridoso, bom doava a própria vida em defesa do amor.

COMPONENTES DA OBRA:


O romance relata a vida do povo do sertão brasileiro. O autor nos mostra de forma nem clara, a simplicidade, o sofrimento e o jeito típico do sertanejo, através de seus personagens.

Sofrimento – A caminhada do sertanejo em busca de seus objetivos através de longas distâncias, sendo que no percurso, existe a dificuldade do abrigo.
Simplicidade – É claramente observada através do comportamento e diálogos entre as personagens típicas.
Contradições – Comprava-se entre o jeito de ser do sertão e a forma avançada da Europa (Pereira e Meyer).
Amor – Um amor tão puro e verdadeiro que por falta de condições de existência preferiu a morte, ou pelo menos, foram levados a ela.
Honra – Pereira para manter a honra familiar, sacrificava sua própria filha, já que sua palavra estava acima de tudo.
Beleza – É retratada através da paisagem do sertão e da jovem Inocência.
Escravidão – ë representada por Maria Conga e outros.

OMENTO LITERÁRIO


Inocência pode ser considerada a obra prima do romance regionalista (Sertão do Mato Grosso) do nosso Romantismo. Seu autor, Visconde de Taunay, soube unir ao seu conhecimento prático do país, adquirindo em inúmeras viagens na condição de militar, o seu agudo senso de observação da natureza e da vida social do Sertão brasileiro.

A qualidade de Inocência resulta do equilíbrio alcançado entre os aspectos ligados ao conceito de verossimilhança – que muitas vezes chegava a comprometer a qualidade de obras regionalistas –, como a tensão entre ficção e realidade, a linguagem culta e a linguagem regional e a adequação dos valores românticos à realidade bruta do nosso Sertão.

Inocência é uma história de amor impossível, envolvendo Cirino, prático de Farmácia que se autopromoveu médico, e Inocência, uma jovem do Sertão de Mato Grosso, filha de Pereira, pequeno proprietário típico da mentalidade vigente entre os habitantes daquela região.

A realização amorosa entre os jovens é invisível porque Inocência fora prometida em casamento pelo pai de Manecão, um rústico vaqueiro da região; e também porque Pereira exerce for vigilância sobre a filha, pois, de acordo com seus valores, ele tem de garantir a integridade de Inocência até o dia do casamento.

Ao lado dos acontecimentos, que constituem a trama amorosa, há também o choque de valores entre Pereira e Meyer, um naturalista alemão que se hospedara na casa de Pereira à procura de borboletas, evidenciando as contradições entre o meio rural brasileiro e o meio urbano europeu.

A atração pelo pitoresco e o desejo de explorar e investigar o Brasil do interior fizeram o autor romântico se interessar pela vida e hábitos das populações que viviam destante das cidades. Abria-se assim, para o Romantismo, o campo fecundo do romance sertanejo, que até hoje continua a fornecer matéria à nossa literatura.

MOMENTO HISTÓRICO


Na época em que o autor se inspirava para escrever Inocência, acontecia no país a aprovação da Lei do Ventre Livre, onde todos os filhos de negros que nascessem à partir daquela data seria livre da escravidão brasileira.

RESUMO


A história se passa em Mato Grosso, e tem início em 15 de julho de 1860 com uma descrição da estrada que corta a região desde a vila de Santana do Paranaíba aos campos de Camapuã .
Um homem viaja montado em seu cavalo, distraído e pensativo. Ele tem uns vinte e cinco anos, presença agradável, ar inteligente e decidido. Aproxima-se dele outro viajante, um homem já de alguma idade, trajava à mineira e parecia, como realmente era, morador daquela localidade. Eles se apresentam e começam a conversar.
O rapaz chama-se Cirino Fereira de Campos, é caipira de São Paulo, criado em Ouro Preto/MG. Viaja sem destino certo, curando maleitas e feridas brabas. O outro homem é Martinho dos Santos Pereira, que gosta de prosear. Nasceu em Minas Gerais, casou cedo, viveu em Diamantina até sua esposa morrer.
Pereira convida Cirino para se hospedar em sua tapera e, sabendo que ele é médico, diz ter uma filha adoentada e com febre. Cirino aceita o convite e hospeda-se na casa de Pereira.
Cirino, na verdade, não era médico. Porém, em localidade pequena, de simples boticário a médico não há mais que um passo. Quando tinha 18 anos foi servir de caixeiro numa botica velha e manhosa. Aprendeu a receitar e passou a fazer excursões pelo interior, medicando as pessoas, utilizando-se de alguns conhecimentos de valor positivo, outros que a experiência lhe ia indicando ou que a voz do povo e a superstição ministravam. Cirino era, simples curandeiro que ia granjeando o tratamento de doutor. Mas, não era um mal-caráter.
Depois de comer e descansar, Pereira leva Cirino para ver a filha adoentada, explicando que a filha, Nocência, tem 18 anos, é bonita e boa deveras...foi criada sem mãe. Vai se casar, por determinação do pai, com Manecão Doca, um homem às direitas.
Depois pede-lhe que a veja , sem olhar para a mulher, este lhe responde que está acostumado a lidar com as famílias e a respeitá-las.Cirino fica encantado com a beleza de Inocência e se apaixona pela jovem, mas disfarça.
Além dos cuidados excessivos de seu pai, Inocência também é protegida pelo anão Tico. O anão é praticamente mudo,mas consegue se comunicar muito bem e é uma espécie de cachorro de Nocência.
Naquela mesma noite, chega à casa de Pereira um naturalista alemão, chamado Guilherme Tembel Meyer, que caça borboletas e as envia à Alemanha para serem estudadas. Pereira lhe dá abrigo e decide tratar o alemão como se fosse da família .
Meyer, fascinado pela beleza de Inocência e ignorante dos costumes faz muitos elogios à jovem, o que deixa Pereira furioso e preocupado. Com medo de que Meyer ponha sua filha a perder, passa a vigiá-lo de perto, levando-o pessoalmente à mata para encontrar e caçar os insetos. Desconfiando de Meyer, passa a confiar em Cirino, que aproveita a oportunidade para ver Inocência e declarar seu amor. Ela também está apaixonada, mas se sente culpada e tem medo de enfrentar a fúria paterna.
Como o noivo de Inocência está para voltar, os dois jovens, desesperados, decidem que Cirino deve ir à casa do padrinho de Inocência, Antônio Cesário, tentar convencê-lo a interceder junto à Pereira em favor do seu amor.
O padrinho mora em Minas Gerais. Cirino calcula despede-se da amada, inventa uma desculpa para Pereira e parte em direção à fazendo de Antônio Cesário. No caminho, cruza com Manecão, que está indo à casa de Pereira com tudo pronto para a realização de seu casamento com Inocência.
Cirino chega à fazenda do padrinho, abre-lhe o coração e este diz que vai pensar. Combinam, então, que se Antônio resolver ajudá-los, ele se encontrará com Cirino, num prazo máximo de oito dias na vila de Santana do Paranaíba e irão juntos para a casa do compadre Pereira.
Enquanto isso, Manecão é recebido festivamente por Pereira em sua casa. No entanto, Inocência está muito triste e parece doente. Chamada por seu pai para conversar com o noivo, ela diz que não se lembra de ter concordado com o casamento, afirma que não quer se casar e seu pai a agride. Pereira acredita ainda que foi Meyer o causador da sua desgraça. Enquanto decidem quem vai matar o alemão, o anão Tico comunica a Pereira que ele está enganado, não fora o alemão o responsável, mas sim Cirino.
Pereira fica furioso. Manecão o acalma e diz que vai atrás do médico desagravar a honra de ambos.
Manecão segue Cirino durante três dias, o encontra e atira nele. Antes de morrer, Cirino diz que ele matou também à Inocência. Manecão foge.
Antônio Cesário, que finalmente decidira intervir a favor de Inocência e Cirino, chega e encontra Cirino agonizando, Cirino não diz o nome do seu assassino. Pede a Cesário que diga a Inocência que morreu por causa dela. Seu último pedido é para que Cesário prometa que não deixará Inocência casar com Manecão. Cesário promete e Cirino morre chamando por Inocência.
A história termina na Alemanha, em 18 de agosto de 1863, com a aclamação de Meyer pela Sociedade Geral Entomológica e pela Imprensa, que elogia os prodígios entomológicos recolhidos por ele principalmente, a borboleta Papilio Innocentia, cujo nome fora dado em homenagem à beleza de uma donzela (Mädchen) dos desertos da Província de Mato Grosso (Brasil), criatura, segundo conta o Dr. Meyer, de fascinadora formosura.
Naquele dia, fazia exatamente dois anos que Inocência morrera, no imenso sertão de Santana do Paranaíba.

Fontes:
http://www.netsaber.com.br
http://www.mundovestibular.com.br

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